Oi gente, E lá vamos nós para mais uma reflexão sobre as postagens anteriores! Revendo as postagens de setembro, reli sobre a importância do brincar, do quanto a escola pode ser divertida sem deixar de ser um local de aprendizagens. Compreendi a importância dos jogos de exercícios, simbólicos, de coletividade como forma de aprendizagem. Também analisei alguns textos infantis e quais os benefícios da leitura para as crianças. As histórias não servem apenas para serem compreendidas e interpretadas, mas devem fazer sonhar e instigar a criatividade. Citei o texto"Agitação que faz bem" da professora de Psicologia do Desenvolvimento, Anna Oliveiro Ferraris e também o "Encantos para sempre" da autora Ana Maria Machado, que tem em mim uma fã incondicional. Em todas as postagens coloco como compreendi os textos do semestre e a minha opinião sobre os autores que estudamos.
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
Oi pessoal, Reli minha postagem do dia 29/09 e senti saudade dos trabalhos que realizei com minha paralela daquele ano. O planejamento foi todo em cima do livro "Que bicho tem no verso?" em forma de poesia. Hoje tenho mais consciência do quanto um planejamento interdisciplinar é importante. Não é uma tarefa fácil planejar com turmas tão heterogêneas como as que temos no estado. São crianças que não sabem ler, juntamente com as que já sabem interpretar e compreender bem vários tipos de textos. Por isso a professora precisa fazer de 2 a 3 planos diferentes para a mesma turma. E normalmente quem trabalha no estado precisa atender a duas turmas diferentes, consequentemente faz o dobro de planos para cada dia. É difícil ser professor neste país!
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
Oi pessoal,
Está muito difícil! É muita correria! Tudo bem que o planejamento sempre temos que fazer, mas é que tenho planejado bem dizer para 4 turmas. Além do 5º ano, tenho à tarde um 3º ano que está dividido em 3: os que não sabem ler e escrever, os que começaram a ler depois de setembro e os que estão no "nível" de 3º ano. Estou substituindo a profª que desistiu de trabalhar no estado. Estou quase fazendo isto também!
Bom, na última postagem de 2015 fiz uma boa reflexão sobre as escolas inovadoras e a importância do brincar na escola. Estava cheia de perspectivas para o novo ano, mas ele não foi tão bom assim. Aliás, foi um dos mais difíceis para mim: meu pai faleceu em junho, fui demitida da escola particular em julho e em outubro, meu esposo fez uma cirurgia cardíaca... me desestruturei toda. Nem gosto de lembrar disso tudo. Observo que as postagens anteriores a 2017 colocava muito a minha opinião sobre o que lia. Falei da minha ignorância sobre a língua de sinais, mas mesmo fazendo as leituras necessárias, ainda não citava as obras e seus autores.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Oi turma, Estou com dificuldade em analisar as minhas primeiras postagens. A atividade deste semestre é refletir sobre as nossas reflexões dos 4 primeiros semestres. Pois então, elas foram muito fraquinhas!! Estava sempre atrasada nas atividades, correndo "atrás da máquina" como se diz. Não tem como negar, as últimas estão bem melhores. No início apenas citava os textos que deveríamos ler. Somente mais tarde comecei a escrever sobre eles, argumentando e exemplificando situações. Bom, acho que este foi o caminho das minhas aprendizagens. Foi lento e longo. E difícil.
Como uma planta, meu crescimento profissional foi se desenvolvendo aos poucos. Conforme eu interagia, criava, refletia e planejava minhas aulas, meu conhecimento ganhava força, direção e frutificava.
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
E aí turma,
Preferiria que as postagens de setembro de 2015 fossem mais agradáveis. Mas, a maioria foi uma sucessão de desabafos sobre parcelamentos, falta de incentivo e desvalorização da profissão. Uma das minhas falas, ao colocar uma imagem, foi que mesmo assim eu continuo na profissão. De lá pra cá não mudou muita coisa, os salários continuam parcelados e as escolas mais abandonadas. Não estou na mesma escola daquela época e apesar de a atual escola ser espaçosa, bem equipada e localizada em um bom bairro da capital, falta dinheiro para merenda, as salas precisam de manutenção, inclusive uma está interditada porque os morcegos tomaram conta. O cheiro é insuportável, principalmente quando faz calor. Mas, a direção não tem o que fazer, a não ser pedir auxílio a SEDUC, que nada faz. Só sabem responder que não há verba. Verba há, o que não há é vergonha na cara desses governantes. Entra e sai governo e é a mesma coisa. Vamos ver como vai ser o próximo.
E é por isso que não desisto, porque podemos fazer a diferença.
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
Oi pessoal,
Aprendi muito durante todo este tempo, mas com certeza um das mais significativas foi utilizar a tecnologia a favor das aulas. Retornando a uma das minhas postagens de setembro de 2015, pude relembrar da dificuldade que tive em criar o vídeo da minha apresentação pessoal. Depois inserir no blog foi um custo. Claro que ainda tenho muita coisa para descobrir, por exemplo, trabalhar com o Evernote, mas hoje já estou mais segura para experimentar. Criei com a turma do 5º ano um blog onde eles estão digitando os próprios textos. Agora as aulas são planejadas de forma que as crianças possam utilizar a sala de informática e a digital. Eles estão criando vídeos sobre os trabalhos que fazem em aula e algumas apresentações.
Outro ponto importante é que me dediquei mais a leitura dos textos recomendados e, por isso, minhas reflexões foram ficando cada vez mais embasadas e refletindo na minha prática. Um dia desses, fui questionada por uma mãe sobre a "minha" metodologia. Em outros tempos teria ficado apreensiva em responder, mas ao contrário disto, disse-lhe que acreditava no meu trabalho e que estaria à disposição da família caso quisesse maiores esclarecimentos sobre a minha prática pedagógica. O questionamento acabou aí. Então, lembrei do que uma colega disse em outra oportunidade: "- Por que ninguém entra no consultório de um médico, ou no escritório de advogado ou engenheiro, e lhe diz , quem sabe o senhor faz de outro jeito?" É, quem ousa discutir com alguém que cursou uma faculdade, afinal ele estudou para isto? A questão é quanto de valor nós nos damos, o quanto eu acredito no meu trabalho!
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
Oi pessoal,
Agora percebo o quanto evoluí na escrita das minhas reflexões. As primeiras, em agosto de 2015, apesar de falar das experiências que tive naquele semestre, foram apenas registros muito superficiais. Passei aqueles semestres tentando me desculpar por não conseguir realizar todas as tarefas em dia. Meu grande vilão sempre foi o tempo. De certa forma não havia compreendido que precisava rever minhas prioridades.
Porém, uma coisa não mudou: continuo me questionando sobre a professora que sou. Como naquele tempo, hoje, acho que até mais do que "ontem", questiono as minhas posições, a minha prática e o meu desempenho. Sei que melhorei, porque aprendi muito como ser humano e profissional, mas a tentativa de ser melhor está sempre presente. Acredito que isto faça parte da profissão. É próprio do professor querer melhorar.
Estamos no final do semestre. Não consigo acreditar que no próximo semestre já estaremos no estágio obrigatório. Parece que foi ontem que iniciei a faculdade. Comecei, apenas, com a intenção de conseguir um diploma para poder mudar de nível na minha carreira no estado. Porém, hoje percebo o quanto aprendi, como profissional e pessoa.
Consegui, a cada interdisciplina, construir um pouco mais de conhecimento. Na EJA aprendi o quanto é importante fazer um diagnóstico dos conhecimentos pré-existentes com cada um dos alunos, considerar o que o educando traz de bagagem, pois nenhum ser humano, independente da idade, é uma tábua rasa. Para um bom planejamento preciso conhecer as intenções e objetivos dos sujeitos que se dispuseram, apesar de todas as dificuldades, retornar à escola. Alguns destes alunos foram excluídos das salas de aula porque tinham dificuldades. Outros foram obrigados a interromper os estudos para poder trabalhar e ajudar no sustento da família. Independente dos motivos é importante que se sintam seguros e incluídos nesta nova fase da vida.
Na interdisciplina de Linguagem e Educação revi alguns conceitos importantes de Piaget e Vigostky e conheci as ideias de Henri Wallon, que tratam do desenvolvimento e da linguagem. Também foi possível consolidar conhecimentos sobre consciência fonológica. Já em Didática, reforçaram-se os conhecimentos sobre o planejamento de atividades integradas e interdisciplinares, a importância do currículo integrado ficou evidenciada. Se a escolha do docente for trabalhar com a pedagogia de projetos, ou com centrosdeinteresse, ou ainda com os temas geradores, o importante é acreditar que a participação dos alunos é fundamental na construção deste planejamento e que avaliação deve ser diária, servindo como um instrumento para o professor rever sua prática pedagógica, quando necessário. Quanto ao Seminário Integrador, acredito que tenha desenvolvido um pouco mais a minha escrita acadêmica, mas ainda está longe do que gostaria. Tenho dificuldade em colocar citações, lembrar de autores e usar termos pertinentes à Educação. Minha escrita parece-me simples, pobre em detalhes. Mas, vamos em frente.
De todas as interdisciplinas, a que me entusiasmou mais neste semestre foi a ETIC. Através desta interdisciplina me arrisquei a construir, junto com a turma, um blog, que já ganhou até mesmo um nome: Blog Vida Escolar, indicado por uma aluna e escolhido por votação direta. Adorei algumas propostas inovadoras que conheci através dos vídeos que assisti. Estas propostas me inspiraram e me deram ânimo para tentar coisas novas e rever algumas com outros olhos.
Acredito que ser professor seja isso: aprender todos os dias, compartilhar ideias, inspirar pessoas, acreditar .
Uma das últimas atividades da interdisciplina de ETIC foi analisar o mapa conceitual abaixo. Devo dizer que senti dificuldade em realizar esta atividade. Entendi o mapa, mas formular o texto de forma que não parecesse uma cópia, ficou difícil. Na educação, as inovações são produzidas pela ação humana, transformadora do meio social. Essa ação reflete em toda sociedade, nas suas instituições e história. A transformação produz novas ações que resultam na ruptura com modelos tradicionais de ensino aprendizagem que fundamentam seus métodos na repetição, memorização e na padronização. As tecnologias são importantes nessas mudanças, mas não são determinantes. Ações pedagógicas eficientes e humanistas podem surgir, e devem, de ideias do cotidiano, da realidade dos educandos. As inovações levam à transformação na maneira como entender a construção do conhecimento, que se dá pelo próprio sujeito, auxiliado pelo professor, que entende sua prática como uma ação reflexiva e transformadora.
Abaixo informo links que nos foram disponibilizados para que conhecêssemos projetos
e atividades de experiências inovadoras na educação. São ótimas ideias que podem
servir de exemplo para educadores que querem inovar.
O assunto hoje é consciência fonológica, ou seja quando a criança está aprendendo a escrever e a ler, ela precisa entender primeiro que as letras possuem sons e que quando agrupadas formam sílabas, que consequentemente formam novos sons. É a relação entre letras e sons. Parece fácil, mas não é tão simples assim para uma criança de 6 ou 7 anos. Por isso o trabalho do professor é tão importante nessa etapa. Não se trata de escolher um método que sirva de base para o planejamento das aulas. É importante seguir uma proposta pedagógica, mas se meu aluno não consegue aprender de uma maneira, preciso reavaliar minha prática e procurar entender de que forma ele aprende. É necessário que planeje estratégias sistematizadas, mas partindo de uma prática contextualizada e significativa para o meu aluno.
Faz tempo que não trabalho com alfabetização, mas acredito que o papel do professor deva ser de mediador, em qualquer etapa da educação. Na fase em que a criança está aprendendo a ler e escrever, o educador deve observar como os alunos agem e estimular a curiosidade deles. Morais (2012) incentiva o trabalho com cantigas, parlendas e quadrinhas, pois este tipo de texto apresentam rimas e repetição de sons, o que facilita a aprendizagem da escrita das palavras contextualizadas. É importante é que a criança aprende de forma prazerosa e lúdica.
Na interdisciplina de Linguagem e Educação, tínhamos que sugerir uma atividade que auxilie na construção da consciência fonológica. Abaixo segue a minha proposta de trabalho com a música Sopa do grupo Palavra Cantada. Aliás, este grupo tem músicas ótimas para serem trabalhadas em aula com os pequeninos.
1ª Atividade: Depois de cantar e brincar com a
música, a letra da música será exposta em papel pardo na parede da sala. A
professora acompanhará a letra, mostrando onde estão as palavras que a turma
está cantando, dando ênfase às palavras que rimam (estão grifadas no texto
abaixo).
Sopa
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem espinafre?
Será que tem tomate?
Será que tem feijão?
Será que tem agrião?
É um, é dois, é três...
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem farinha?
Será que tem balinha!? (abobrinha)
Será que tem macarrão?
Será que tem caminhão?! (pão)
É um, é dois, é três...
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem rabanete?
Será que tem sorvete!?
Será que tem berinjela?
Será que tem panela!? (mortadela)
É um, é dois, é três...
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem mandioca?
Será que tem minhoca!?! (tapioca)
Será que tem jacaré!?!
Será que tem chulé!?!
É um, é dois, é três...
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem alho-poró?
Será que tem sabão em pó?!
Será que tem repolho?
Será que tem piolho!?
É um, é dois, é três...
O que que tem na sopa do neném?
O que que tem na sopa do neném?
Será que tem caqui?
Será que tem javali?!
Será que tem palmito?
Será que tem pirulito!?
É um, é dois, é três...
A professora deve explorar os sons
finais das palavras que rimam. Primeiro oralmente, depois utilizando a escrita. Depois dos questionamentos,
as palavras que rimam devem ser colocadas em fichas grandes e fixadas no
quadro. Então, serão trabalhadas as letras finais e as sílabas de cada palavra. Além de outras palavras que surgirem através da participação das crianças. Serão escritas no quadro,
as palavras que as crianças sugerirem para rimar. Depois serão usadas para
colocar na música (fichas em papel pardo) no lugar das palavras originais.
Estas mesmas palavras serão usadas na 2ª atividade, em outro dia.
2ª
Atividade: Aspalavras da música e as que a turma
sugeriu serão usadas em “cartas” com desenhos e o seu par com o nome. As
crianças devem formar os pares, juntando a palavra ao desenho que tem o mesmo
som final.
3ª
Atividade: As letras das palavras das rimas serão
usadas para formar sílabas e estas formarão novas palavras.Pode-se trabalhar primeiro com o alfabeto móvel e depois com cartinhas com as sílabas. Como são muitas palavras usadas na música, será necessário várias cartinhas com outras sílabas, estas abaixo são só um exemplo.
Na aula de Didática debatemos sobre os temas geradores e a sua importância nas práticas pedagógicas. Paulo Freire sempre ressaltou que toda prática pedagógica deve nascer do diálogo, de uma comunicação real e autêntica, que nos proporcione ver o mundo sob a ótica do nosso interlocutor.
Os temas geradores nascem do diálogo, da investigação feita por professor e alunos para encontrar temas e palavras que tenham um sentido social. Ao professor cabe desafiar, inspirar, instigar o aluno para que ele busque a construção de seu conhecimento e tenha uma visão critica da sociedade em que está inserido.
Nas aulas sobre EJA percebi o quanto é importante desenvolvermos um planejamento a partir dos interesses dos alunos, assim eles conseguem fazer relações entre o que estão aprendendo na escola e seu cotidiano. O aprendizado se torna mais interessante, real e com sentido. Em um dos vídeos que assiste, vi o empenho da professora em trazer assuntos que os alunos dominassem, mas que ao mesmo tempo, complementavam o conhecimento que já tinham. Assim, eles não se sentiam inferiores por desconhecerem o assunto da aula, mas entendiam que sempre é possível aprender mais. Eles se envolveram nos trabalhos e discutiram o que fizeram. Este é um bom exemplo de que os temas geradores podem ser uma alternativa positiva na educação.
O que é avaliar? Esta foi uma das questões da aula de Didática e algo que sempre me perturbou bastante. Não é uma tarefa fácil para o educador, pois existem fatores internos e externos que influenciam no seu trabalho. São as propostas pedagógicas da escola, que normalmente são burocráticas e ultrapassadas, as expectativas das famílias, que só entendem, na maioria das vezes, notas, números e não compreendem pareceres descritivos que detalham o desenvolvimento da criança. Muitas vezes os próprios alunos não entendem a avaliação sem prova com notas.
Eu prefiro uma avaliação diária, durante a realização das atividades, observando como cada um faz os exercícios, como entendem os conteúdos, como expressam suas opiniões e seus pensamentos. Como são no dia a dia e não em um dia específico de prova.
A avaliação deve ser um instrumento diagnóstico e reflexivo do professor sobre sua prática. Deve ser diária e mediadora, buscando sempre entender o desenvolvimento do seu aluno, como ele está aprendendo, quais são suas dificuldades e como está progredindo.
Através da Interdisciplina ETIC, depois de ter acesso ao Açaí Blog , pensei em um projeto novo para iniciar com a turma do 5ºA, na escola onde leciono, noturno da manhã. A escola tem uma sala digital bem equipada que quase não é usada, pelo menos pelos alunos do CAT. Resolvi unir a tecnologia com a literatura. A maioria da turma não gosta de produzir textos, acham chato. Acredito que isto seja a consequência da falta de leitura, do pouco conhecimento literário que demonstram e até mesmo por falta de um trabalho planejado e estruturado que envolva as crianças na criação de textos.
A primeira atitude concreta foi oportunizar momentos de leitura durante as aulas. Busquei junto à biblioteca livros que pudessem interessar aos pequenos, também solicitei que cada um trouxesse para sala, livros, gibis ou revistas que tivessem gostado de ler e que acreditassem que os colegas também gostariam. Obtivemos sucesso. A turma começou a ler durante 15 minutos, diariamente. o que lhes desse prazer. Agora estamos na etapa seguinte: eles leem e contam, resumidamente o que leram. No início ficam inseguros, muitos são tímidos, mas aos poucos estão "soltando o verbo".
Estamos trabalhando os tipos de textos: narrativo, informativo, persuasivo e poema. Eles já criaram pequenos poemas, histórias em quadrinhos e estou introduzindo o diário pessoal e a ideia é que eles escrevam o seu próprio diário. E onde entra a informática nisso tudo? Bem, todas as quintas feiras utilizamos os computadores para que a turma aprenda a digitar, pesquisar (textos, autores...) e finalmente criem, com o meu auxílio um blog. As crianças estão eufóricas, e claro, ansiosas. Mas, não posso negar: eu também! Estou ansiosa por ver a turma criando, trocando ideias, alegres em estar na escola.
Aos poucos vou trazendo para vocês as novidades. Agradeço, antecipadamente, as sugestões de vocês. Podemos trocar dicas para melhorar este projeto e enriquecer mais o caminho das nossas turminhas.
Esta ainda não é a minha turminha. Esta foto foi retirada da internet.
Mas, logo terei fotos e o endereço do blog da turma.
Já falei sobre a ideia errada que tinha sobre a EJA? Sim, já falei. Mas, acho importante retomar este assunto. Eu acreditava que as aulas da Educação de Jovens e Adultos deveria ser igual a alfabetizar crianças na idade correta de escolarização. Fiquei até com vergonha quando a professora falou que não devíamos infantilizar os alunos. NUNCA pensei assim. Porém, depois de tanto ler a respeito de aprendizagem,de etapas de desenvolvimento, construção do conhecimento e sobre a importância de conhecermos a realidade de nosso aluno para planejarmos atividades de acordo com o interesse dos estudantes, ficou óbvio que as aulas para alfabetizar jovens e adultos definitivamente não são iguais às das crianças.
Lendo o texto de Regina Hara compreendi a dificuldade encontrada pelos educadores quando decidem realizar um trabalho de
educação com qualidade para um público
de jovens e adultos. Aprender a ler e a escrever é o início de
um longo caminho para a conscientização do próprio sujeito como autor de sua
história, é refletir criticamente sobre o seu processo de aprendizagem. Por isso, o professor da EJA deve fazer um diagnóstico
individual e descobrir, e valorizar os conhecimentos que seu aluno já possuí e traz para o ambiente escolar. Também planejar atividades a partir do que cada um sabe, oportunizando uma
reflexão sobre estes conhecimentos e agregando novos conhecimentos é fundamental.
O educador
deve buscar a motivação de cada aluno, entender quais os motivos o fizeram retornar à escola. Ouvi alguns relatos emocionantes de pessoas que voltaram a estudar porque queriam "simplesmente ajudar os filhos nas tarefas da escola", outrassentiam vergonha em pedir auxílio para pegar um ônibus. Seja qual for a intenção em
aprender, é importante que faça sentido para aluno.
"Todo conhecimento é igualmente valioso, toda visão de mundo é legitima, todo o conteúdo é importante."
Teorias como o behaviorismo, inatismo e interacionismo defendem ideias sobre a aquisição da linguagem pelo ser humano.
Para Skinner, defensor do behaviorismo, a aprendizagem ocorre através do condicionamento operante, ou seja, estímulo-resposta-reforço. A criança é vista como um receptor passivo da linguagem. Isto, talvez porque não estudasse os processos mentais e rejeitasse a teoria baseada em ideias inatas, defendida por Chomsky .
Chomsky acredita que a aquisição da linguagem é o resultado de um fator biológico e cognitivo e que está ligada a mecanismos inatos ao ser humano. Para ele, o cérebro seria responsável por estes mecanismo.
Em contra ponto, temos as ideias de Vygotsky nos demonstra que a Linguagem é um
processo pessoal e social. Ao contrário dos outros teóricos, Vygotsky acredita que a aquisição da linguagem se dá
devido à interação do ambiente que nos rodeia e o convívio
com outros sujeitos. A linguagem é essencial para formação do pensamento e
do caráter e viabiliza a comunicação em sociedade, tornando o sujeito um ser social e cultural.
Talvez as três teorias estejam certas, ou se completem. Apesar de que não consigo ver uma criança como um receptor passivo. Não há aprendizagem sem interação, sem comunicação, sem pensamento. Não nego o fator biológico. Pelo contrário, acredito que assim como a linguagem, nosso cérebro seja responsável por muitos outros mecanismos. Corpo, mente, sociedade e cultura formam o ser humano.
O que são os centros de interesse e qual a sua finalidade? Bem, partindo do significado das palavras temos algo como, atividades que despertam a curiosidade ou o empenho de alguém. De acordo co o dicionário escolar da Língua Portuguesa Aurélio Jr., centro pode ser um lugar onde se desenvolvem certas atividades; posição de meio. Interesse pode ser definido comocuriosidade, empenho. Segundo Amato (19710, Centros de interesses são " agrupamentos de conteúdos e atividades educativas realizadas em torno de temas centrais de grande significação para criança" Nora Cinel (2004).
Esta metodologia de trabalho, Centro de interesse, foi desenvolvida pelo médico e pesquisador do desenvolvimento infantil Ovide Decroly e tem como objetivo a educação integral do indivíduo. Buscando satisfazer o interesse do aluno, oportuniza uma melhor integração com o meio, proporciona aprendizagens significativas que partem da realidade e das vivências da criança. Além de estimular a participação e autonomia, incentiva a criatividade, a curiosidade, o respeito ao outro e o meio.
Nora Cinel acredita que os centros de interesse oportunizam aprendizagens em todas as áreas: cognitiva, afetiva, visomotora, na linguagem, e também na socialização através de trabalhos em grupos. Coloca que para classes multiseriadas trata-se de uma estratégia bem oportuna em função da diversidade das turmas e da facilidade de adequação dos diferentes níveis que normalmente ocorrem neste tipo de classes. Mas, salienta o quanto é importante a qualificação do professor, que deve contar com a criatividade, mas com a participação das famílias e o apoio da escola. Assim oportunizará experiências interessantes para os alunos e a construção do conhecimento acontecerá de uma forma significativa.
Quanto mais eu leio sobre educação, mas tenho a impressão de que nada mudou, ou quase nada. Aliás, qualquer mudança na área da educação é tão lenta! Digo isso, porque lendo sobre a Escola Nova e os teóricos chamados de "escolanovistas" percebo que os ideais de escola que eles buscavam no século XX, continuam a ser os mesmos que lutamos dia a dia para ter agora. Em países diferentes, América, Bélgica, Itália e França, com histórias de vida, e escolar, distintas, pensavam em uma escola democrática, voltada para a integralidade do aluno, direcionada para uma educação para vida, com afetividade e liberdade.
Decroly acreditava que o aluno deveria aprender a aprender, por isso a necessidade de desenvolver os centros de interesse. “Decroly lança a ideia do caráter global
da vida intelectual, o princípio de
que um conhecimento evoca outro e
assim sucessivamente”, diz Marisa del
Cioppo Elias, professora da Faculdade
de Educação da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Além disso, Decroly entendia que a necessidade do sujeito faz com que tenha interesse em aprender e assim constrói o seu conhecimento.
Dewey baseou sua ideia de educação na democracia, no instrumentalismo e em atividades práticas e para ele o importante é educar a criança como um todo. O crescimento físico, emocional e intelectual devem acontecer integralmente. O conhecimento é construído de forma compartilhada, através de discussões coletivas, que resultam em consensos entre os sujeitos.
Montessory também compartilhou da ideia de uma "educação para vida"e que esta se trata de uma conquista da criança, porque é ela que conduz seu aprendizado, cabendo ao professor apenas acompanhar o processo. Através da individualidade, de atividades e materiais específicos, sem esquecer da liberdade, a criança desenvolve o seu potencial.
E finalmente, mas não em menor importância, a teoria de Freinet. Acredito ser este, dos quatro teóricos, o mais envolvido com as questões do povo, talvez o mais necessário nos dias de hoje. Freneit sonhava com a Escola do povo, por isso acreditava que a escola deveria formar cidadãos para o trabalho livre e criativo. O trabalho do professor deve ser colaborar para o sucesso dos alunos e baseia-se na cooperação, comunicação, documentação e na afetividade.
Também no Brasil as ideias da Escola Nova ganharam adeptos: Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo. Todos buscando a modernização, a democratização, a industrialização e a urbanização da sociedade brasileira, e acreditando que somente através da educação seria possível uma transformação social.
Então, deixando o negativismo de lado, continuo questionando:
- "QUE PAÍS É ESTE?" Entra ano, passa século, muda governo e tudo continua como antes!
sábado, 28 de abril de 2018
Oi pessoal,
A máxima de que "estamos aprendendo em quanto vivemos" é verdade. Às vezes, lemos um livro, ou assistimos um filme, e nos parece que nada foi acrescentado ao nosso cotidiano. Ao reler alguns artigos sobre a teoria de Piaget constatei que adquiri novas aprendizagens. Na verdade, ocorreu comigo o que o pesquisador descreve como assimilação e acomodação, resultantes de um desiquilíbrio causado por uma releitura do texto Pensamento e linguagem:percurso piagentiano de investigação.
Piaget acreditava que através da linguagem e
da interação social ocorre a evolução do pensamento cognitivo. Este desenvolvimento não ocorre de um momento para outro. É o resultado de várias etapas, que não são determinadas pela idade e sim pelo avanço gradual de cada uma.
Só agora, depois de me debruçar sobre tais leitura, e não posso deixar de mencionar a fala da profª Aline Hernandez, que diz ser um equivoco muito grande pensarmos que as teorias de Vygotsky são contrárias as de Piaget, percebo que uma não exclui a outra. Podemos compreender melhor essa proximidade quando Vygotsky defende que o "desenvolvimento
da lógica na criança é uma função direta
de sua fala socializada. O crescimento intelectual da criança depende de seu
domínio dos meios sociais do pensamento, isto é, da linguagem (Vygotsky,1991
p.44)."
Ao contrário destes pesquisadores, que nos mostram uma nova perspectiva sobre a Educação, estão o Taylorismo e o Fordismo, processos de produção explicados no texto de Japiassu. O autor nos mostra que estes processos, assim como os sistemas de ensino tradicionais, querem massificar a população, oprimindo e negando os diretos dos menos favorecidos, no caso os operários, em benefício da sociedade burguesa.
Qual a intenção de um sistema de ensino que fragmenta conhecimentos e
mecaniza a aprendizagem? Dividir, separar para não fortalecer. Classificar em alunos nota 10, ou em nota 0. Excluir os que não correspondem as expectativas de uma sociedade capitalista, onde ter é mais importante que ser.
Precisamos repensar a EDUCAÇÃO. Necessitamos agir em prol da EDUCAÇÃO. Num mundo onde todos falam de globalização é inadmissível que a aprendizagem seja fechada e avaliada em "caixas" ou "gavetas".
Um dos textos oferecidos a nós para uma reflexão em grupo foi "Alfabetização e a pedagogia do empowerment político" do professor Henry A. Giroux. Ele nos fala sobre o empoderamento do sujeito a partir da leitura que ele faz do mundo e que impacta a sua vida em sociedade.
Paulo Freire já falava sobre consciência emancipatória e autônoma que pode transformar o contexto da sociedade em que o sujeito está inserido. Para que ocorra esta consciência é necessário que o sujeito atue de maneira ativa no seu meio, mas isto só acontece quando ele tem conhecimentos e habilidades desenvolvidas através de uma alfabetização de qualidade. A alfabetização tem o poder de transformar e libertar o sujeito, que passa a atuar de forma consciente na sociedade, buscando seus direitos, sem se deixar manipular ou alienar pelo poder ditatorial e extremismos que esmagam as classes mais carente do país.
Sabemos que quanto maior o número de analfabetos, maior o número de votos para políticos corruptos e gananciosos, que roubam os sonhos, a saúde, a segurança e a educação, que ainda é a melhor arma contra a alienação. Nós, educadores temos o dever moral de oportunizar uma educação emancipatória e libertadora, principalmente se quisermos sermos respeitados em nossa dignidade.
Analfabeto
Político
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o
preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se
orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de
todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das
empresas nacionais e multinacionais."
Um olhar diferente. Foi isso que mais me marcou durante todo o curso de Pedagogia. Aprendi que nem sempre o que pensamos ver, é a realidade do nosso aluno. É muito fácil criar ideias distorcidas da realidade. Entendi isso ao refletir sobre a EJA. Para inicio de conversa, eu pensava que era o EJA. Depois, acreditava que os alunos desta modalidade de ensino eram, na maioria, idosos do meio rural que não tiveram a oportunidade de aprender na época certa, porque tiveram que trabalhar para sustentar as famílias.
A
Educação para Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino público no
Brasil, que tem como objetivo propiciar aos alunos o curso do ensino
fundamental e médio. realmente a maioria dos alunos são trabalhadores, mas são de
diferentes faixas etárias e não tiveram acesso à cultura
letrada na “idade certa”. Por isso surgiu a EJA, para atender este número de alunos que procuram uma nova oportunidade. Os motivos são muitos: melhorar de emprego, ter uma vida social, fazer compras ou identificar o ônibus.
Conforme o documento emitido pelo Ministério da
Educação (MEC), Conselho Nacional de Educação (CNE) que trata das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos no Brasil, pelo
relator-conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, aprovado em 10 de maio de 2000, foi
possível verificar que, nas últimas décadas e baseados em estatísticas, o
sistema de ensino está mais propenso a atender demandas maiores para
adolescentes, jovens e adultos. Isto por causa da obrigatoriedade escolar e a intenção de prevenir e diminuir a evasão escolar. Na categoria da EJA, os modos de ensinar, as questões
didático-pedagógicas, devem ser diferentes do trabalho realizado com criança. É necessário fazer um diagnóstico dos alunos, conhecer e valorizar seu conhecimento e planejar de acordo com suas necessidades.
Por isso, a importância de qualificar o professor que atende alunos da EJA. Este profissional deve ter um olhar atento e diferenciado, planejamentos interessantes e criativos, além de muito conhecimento sobre a construção do conhecimento e da formação do pensamento deste aluno. Assim ele terá mais chances de alcançar sucesso na difícil tarefa que é evitar a evasão escolar.