"O mundo não é pré-dado, nós o construímos ao longo da nossa interação."
Maturama e Varela (2002)
Parece uma coisa tão óbvia, não é mesmo? O mundo é o resultado das nossas ações. A forma como interagimos com o meio e os outros, resulta na sociedade que temos. Então, por que reclamamos tanto do mundo que aí está e não o modificamos? Porque para que isso ocorra, é necessário muita reflexão sobre nossas atitudes e o ser humano não pode parar para pensar. Ele precisa correr atrás da máquina, trabalhar, enriquecer, ter, acontecer.
Na interdisciplina Psicologia da vida adulta pesquisamos sobre o envelhecimento. Bem, todos ficaremos velhos um dia (esperamos). Mas, como queremos que seja esta fase da vida? Que ideia temos da velhice?
Não costumava pensar muito sobre isso, até que me dei conta que já tenho quase 46 anos e para chegar à melhor idade, não falta muito não. A questão é que para ter uma velhice digna e feliz, precisamos fazer escolhas que nos levem a chegar até lá. Se construímos o mundo através de nossas vivências, do conhecimento que adquirimos ao longo dos anos, precisamos pensar no que faremos depois que a juventude nos deixar.
Através das pesquisas, compreendemos que o idoso de hoje é muito diferente do velho de 30, 40 ou 50 anos atrás. Antes, as mulheres ficavam em casa, cuidando dos netos, fazendo trabalhos manuais, esperando o final de semana para receberem a visita dos filhos. Os homens se aposentavam e viam os anos passar em frente à TV, ou cuidando de um jardim. Muitos ainda vivem assim, por medo das mudanças, doenças físicas e mentais, imposição da família (ou descaso). Toda via, houve uma mudança no comportamento da terceira idade. Hoje, existe uma preocupação com a saúde física e mental. Os idosos continuam trabalhando, muitos para contribuir com as despesas da casa, praticam esportes, possuem uma vida sexual e afetiva bem ativa e voltaram a estudar. Não são a maioria, mas uma grande porção da sociedade.
Tudo isso resultado das escolhas que fizeram para si e para o mundo. Escolheram conhecer, interagir, fazer, viver. E se o conhecimento se dá através da interação com o outro...
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