Oi pessoal,
Já falei sobre a ideia errada que tinha sobre a EJA? Sim, já falei. Mas, acho importante retomar este assunto. Eu acreditava que as aulas da Educação de Jovens e Adultos deveria ser igual a alfabetizar crianças na idade correta de escolarização. Fiquei até com vergonha quando a professora falou que não devíamos infantilizar os alunos. NUNCA pensei assim. Porém, depois de tanto ler a respeito de aprendizagem, de etapas de desenvolvimento, construção do conhecimento e sobre a importância de conhecermos a realidade de nosso aluno para planejarmos atividades de acordo com o interesse dos estudantes, ficou óbvio que as aulas para alfabetizar jovens e adultos definitivamente não são iguais às das crianças.
Lendo o texto de Regina Hara compreendi a dificuldade encontrada pelos educadores quando decidem realizar um trabalho de
educação com qualidade para um público
de jovens e adultos. Aprender a ler e a escrever é o início de
um longo caminho para a conscientização do próprio sujeito como autor de sua
história, é refletir criticamente sobre o seu processo de aprendizagem. Por isso, o professor da EJA deve fazer um diagnóstico
individual e descobrir, e valorizar os conhecimentos que seu aluno já possuí e traz para o ambiente escolar. Também planejar atividades a partir do que cada um sabe, oportunizando uma
reflexão sobre estes conhecimentos e agregando novos conhecimentos é fundamental.
O educador
deve buscar a motivação de cada aluno, entender quais os motivos o fizeram retornar à escola. Ouvi alguns relatos emocionantes de pessoas que voltaram a estudar porque queriam "simplesmente ajudar os filhos nas tarefas da escola", outras sentiam vergonha em pedir auxílio para pegar um ônibus. Seja qual for a intenção em
aprender, é importante que faça sentido para aluno.
"Todo conhecimento é igualmente valioso, toda visão de mundo é legitima, todo o conteúdo é importante."
Marta Kohl de Oliveira