sábado, 26 de maio de 2018

Alfabetização de adultos




       Oi pessoal,

           Já falei sobre a ideia errada que tinha sobre a EJA? Sim, já falei. Mas, acho importante retomar este assunto. Eu acreditava que as aulas da Educação de Jovens e Adultos deveria ser igual a alfabetizar crianças na idade correta de escolarização. Fiquei até com vergonha quando a professora falou que não devíamos infantilizar os alunos. NUNCA pensei assim. Porém, depois de tanto ler a respeito de aprendizagem, de etapas de desenvolvimento, construção do conhecimento e sobre a importância de conhecermos a realidade de nosso aluno para planejarmos atividades de acordo com o interesse dos estudantes, ficou óbvio que as aulas para alfabetizar jovens e adultos definitivamente não são iguais às das crianças. 
         Lendo o texto de Regina Hara  compreendi a dificuldade encontrada pelos educadores quando decidem realizar um trabalho de educação com qualidade  para um público de jovens e adultos. Aprender a ler e a escrever é o início de um longo caminho para a conscientização do próprio sujeito como autor de sua história, é refletir criticamente sobre o seu processo de aprendizagem. Por isso, o professor da EJA  deve fazer um diagnóstico individual e descobrir, e valorizar os conhecimentos que seu aluno já possuí e traz para o ambiente escolar.   Também planejar atividades a partir do que cada um sabe, oportunizando uma reflexão sobre estes conhecimentos e agregando novos conhecimentos é fundamental. 
                O educador deve buscar a motivação de cada aluno, entender quais os motivos o fizeram retornar à escola.  Ouvi alguns relatos emocionantes de pessoas que voltaram a estudar porque queriam "simplesmente ajudar os filhos nas tarefas da escola", outras sentiam vergonha em pedir auxílio para pegar um ônibus. Seja qual for a intenção em aprender, é importante que faça sentido para aluno.



                   "Todo conhecimento é igualmente valioso, toda visão de mundo é legitima, todo o conteúdo é importante."    
Marta Kohl de Oliveira



          

sábado, 19 de maio de 2018

Teorias da Linguagem


        
                Oi pessoal,                 


          

            Teorias como o behaviorismo, inatismo e interacionismo defendem ideias sobre a aquisição da linguagem pelo ser humano.  
      Para Skinner, defensor do behaviorismo, a aprendizagem ocorre através  do condicionamento operante, ou seja, estímulo-resposta-reforço. A criança é vista como um receptor passivo da linguagem. Isto, talvez porque não estudasse os processos mentais e rejeitasse a teoria baseada em ideias inatas, defendida por  Chomsky .
               Chomsky acredita que a aquisição da  linguagem é o resultado de um fator biológico e cognitivo e que está ligada a mecanismos inatos ao ser humano. Para ele, o cérebro seria responsável por estes mecanismo.
               Em contra ponto, temos as ideias de  Vygotsky nos demonstra que a Linguagem é um processo pessoal e social.  Ao contrário dos outros teóricos, Vygotsky acredita que a aquisição da linguagem se dá devido à interação do ambiente que nos rodeia e o convívio com outros sujeitos. A linguagem é essencial para formação do pensamento e do caráter e viabiliza a comunicação em sociedade, tornando o sujeito um ser social e cultural.
                Talvez as três teorias estejam certas, ou se completem. Apesar de que não consigo ver uma criança como um receptor passivo. Não há aprendizagem sem interação, sem comunicação, sem pensamento. Não nego o fator biológico. Pelo contrário, acredito que assim como a linguagem, nosso cérebro seja  responsável por muitos outros mecanismos. Corpo, mente, sociedade e cultura formam o ser humano. 

sábado, 12 de maio de 2018

Centros de interesse




Oi pessoal,



         O que são os centros de interesse e qual a sua finalidade? Bem, partindo do significado das palavras temos algo como, atividades que despertam a curiosidade ou o empenho de alguém. De acordo co o dicionário escolar da Língua Portuguesa Aurélio Jr., centro pode ser um lugar onde se desenvolvem certas atividades; posição de meio. Interesse pode ser definido como curiosidade, empenho. Segundo Amato (19710, Centros de interesses são " agrupamentos de conteúdos e atividades educativas realizadas em torno de temas centrais de grande significação para criança" Nora Cinel (2004).
                 Esta metodologia de trabalho, Centro de interesse, foi desenvolvida pelo médico e pesquisador do desenvolvimento infantil Ovide Decroly e tem como objetivo a educação integral do indivíduo. Buscando satisfazer o interesse do aluno, oportuniza uma melhor integração com o meio, proporciona aprendizagens significativas que partem da realidade e das vivências da criança. Além de estimular a participação e autonomia, incentiva a criatividade, a curiosidade, o respeito ao outro e o meio.
                   Nora Cinel acredita que os centros de interesse oportunizam aprendizagens  em todas as áreas: cognitiva, afetiva, visomotora, na linguagem, e também na socialização através de trabalhos em grupos. Coloca que para classes multiseriadas trata-se de uma estratégia bem oportuna em função da diversidade das turmas e da facilidade de adequação dos diferentes níveis que normalmente ocorrem neste tipo de classes. Mas, salienta o quanto é importante a qualificação do professor, que deve contar com a criatividade, mas com a participação das famílias e o apoio da escola. Assim oportunizará experiências interessantes para os alunos e a construção do conhecimento acontecerá de uma forma significativa. 





Imagem retirada da internet, UEG

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Escola Nova - Uma proposta do século XX



      
      Oi gente,



      Quanto mais eu leio sobre educação, mas tenho a impressão de que nada mudou, ou quase nada. Aliás, qualquer mudança na área da educação é tão lenta! Digo isso, porque lendo sobre a Escola Nova e os teóricos chamados de "escolanovistas" percebo que os ideais de escola que eles buscavam no século XX, continuam a ser os mesmos que lutamos dia a dia para ter agora. Em países diferentes, América, Bélgica, Itália e França, com histórias de vida, e escolar, distintas, pensavam em uma escola democrática, voltada para a integralidade do aluno, direcionada para uma educação para vida, com afetividade e liberdade. 
          Decroly acreditava que o aluno deveria aprender a aprender, por isso a necessidade de desenvolver os centros de interesse.   “Decroly lança a ideia do caráter global da vida intelectual, o princípio de que um conhecimento evoca outro e assim sucessivamente”, diz Marisa del Cioppo Elias, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Além disso, Decroly entendia que a necessidade do sujeito faz com que tenha interesse em aprender e assim constrói o seu conhecimento.
        Dewey baseou sua ideia de educação na democracia, no instrumentalismo e em atividades práticas e para ele o importante é educar  a criança como um todo. O crescimento físico, emocional e intelectual devem acontecer integralmente. O conhecimento é construído de forma compartilhada, através de discussões coletivas, que  resultam em consensos entre os sujeitos. 
          Montessory também compartilhou da ideia de uma "educação para vida"  e que esta se trata de uma conquista da criança, porque é ela que conduz seu aprendizado, cabendo ao professor apenas acompanhar o processo. Através da individualidade, de atividades e materiais específicos, sem esquecer da liberdade, a criança desenvolve o seu potencial.
             E finalmente, mas não em menor importância, a teoria de Freinet. Acredito ser este, dos quatro teóricos, o mais envolvido com as questões do povo, talvez o mais necessário nos dias de hoje. Freneit  sonhava com a Escola do povo, por isso acreditava que a escola deveria  formar cidadãos para o trabalho livre e criativo. O trabalho do professor deve ser colaborar para o sucesso dos alunos e baseia-se na cooperação, comunicação, documentação e na afetividade.
         Também no Brasil as ideias da Escola Nova ganharam adeptos: Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo. Todos buscando a modernização, a democratização, a industrialização e a urbanização da sociedade brasileira, e acreditando que somente através da educação seria possível uma transformação social.
               Então, deixando o negativismo de lado, continuo questionando:
           - "QUE PAÍS É ESTE?" Entra ano, passa século, muda governo e tudo continua como antes!