quinta-feira, 22 de junho de 2017

Música nas escolas?



     Oi pessoal,

     Não, eu não estou retrocedendo no tempo e voltando ao Eixo III onde tínhamos a interdisciplina de Música na Escola. É que na 2ª feira, dia 19/06, nossa escola foi até o Salão de Atos da UFRGS para assistir a Série Concertos Didáticos, promovido pelo Ministério da Cultura e orquestrado pela OSPA. Adorei o concerto! Viajei durante cada apresentação, ao som de cada música. Porém, saí de lá extremamente decepcionada.
      Houve a  participação do manipulador de bonecos Mário de Ballentti e Cachorro Abelardo,  boneco que explicou como funcionaria a apresentação, o que era uma orquestra... Além, é claro, da pedagógica fala do regente Evandro Matté, que nos apresentou  os instrumentos e os músicos que compunham aquela apresentação. Pois, minha decepção foi com atitude de muitos alunos. Pareciam estar alheios ao que acontecia no palco. Muitos preferiam acenar para os câmeras das emissoras de tv que lá estavam, ou conversar com o coleguinha do lado. Me coloquei no lugar dos instrumentistas e eu perguntaria: "O que estou fazendo aqui?"  Uma falta de respeito, de atitude, inclusive de algumas colegas de profissão, que ficavam conversando.
           Infelizmente não pude aproveitar tanto quanto gostaria, porque precisei intervir algumas vezes com meus alunos (na verdade dois, dos seis que foram) e nestas intervenções me questionei que tipo de sociedade estamos formando?Vocês podem dizer que estou exagerando, mas a maioria das crianças não foram, e era de graça. Os que compareceram,  acharam entediante na maior parte do tempo. Então, lembrei-me que na comunidade onde leciono o que se escuta é funk e hip hop. Sei que devemos respeitar as diferenças e a pluralidade, mas será tão difícil despertar o interesse das crianças por outros estilos, novas culturas?
            Não adianta só reclamar, é necessário mudar de atitude. Mas, como, se a realidade só oferece uma opção? Se no dia a dia das famílias o máximo de cultura que têm acesso é a tv, que oferece novelas, telejornais sensacionalistas e desgraças familiares?
             Que cultura é essa? E eu, como posso ajudar, quando tenho valores e concepções tão diferentes da realidade onde leciono?




quarta-feira, 7 de junho de 2017

Conversando sobre mudanças


Oi pessoal, 

            Estava um pouco atrasada nas minhas leituras, só para variar, por isso demorei para retornar.
          Tem duas interdisciplinas que tratam sobre gestão e organização escolar, até me confundo um pouco com elas, mas o que quero dizer é que fiquei pensando sobre as leis deste país. Elas são boas, já ouvi falar que são as mais bem elaboradas (será que por isso dão margem a tantas discussões?), mas não são bem aplicadas. Então, perdem o seu objetivo principal que é assegurar os direitos e deveres de todos os cidadãos. 
         Ao assistir o vídeo indicado sobre as mudanças da LDBEN, achei interessante a aula de História da Educação proporcionada pelo palestrante durante a sua fala.Confesso que acrescentou novas informações as minhas reflexões e que pude compreender a origem de tanto desrespeito pela Educação e a grande desvalorização do professorado.
        Quanto às alterações da LDBEN,  compartilho de alguns questionamentos feitos po Jamil Cury:
* Qual o real impacto, na sociedade, estas mudanças podem causar?
* A quem interessa estas mudanças, já que  ainda hoje a Educação é moeda de troca, onde os reais interesses são políticos e econômicos e não educacionais?
* Que ideologias estão por trás destas alterações?
 * Será realmente necessária alguma mudança?
     Além destas questões, Cury nos coloca uma situação bem prática e atual: um jovem de 15 anos, na situação econômica e social em que se encontra o país, tem condições de decidir seu futuro? Escolher esta ou aquela profissão?
        Na verdade, acredito que o Brasil tenha boas leis em todas as áreas, mas não conseguimos aplicá-las da forma correta, da maneira em que estão propostas. A Constituição, a LDBEM, o Estatuto da Criança e do Adolescente, todos asseguram  acesso à educação gratuita de boa qualidade, a permanência na escola, igualdade, etc, mas na prática, nós professores, que estamos todos os dias em sala de aula, tratando diretamente coma as crianças e os adolescentes, sabemos que isto não ocorre. Conhecemos a desigualdade de perto, sabemos que a inclusão proposta nas propagandas e nos discursos são só falas, que o importante são os números de aprovação, o número de classes preenchidas nas turmas. Vivemos com o sucateamento das escolas, com a falta de merenda de qualidade, sem bibliotecas, sem material esportivo, pedagógico, sem qualificação e vergonhosamente, sem salários dignos. E devemos ficar felizes por estarmos recebendo um 13º salário parcelado em 12 vezes e ainda sermos funcionários públicos.
         Mudar LDBEN por quê? Vamos colocá-la em prática!