quarta-feira, 31 de maio de 2017



  Oi pessoal,

     Este semestre, uma das interdisciplinas em que estamos trabalhando é  Projeto Pedagógico em Ação e através das reflexões feitas, construí com a turma 52, um projeto  sobre os índios. A ideia surgiu em quanto conversávamos sobre os primeiros habitantes do Brasil, conteúdo que deve ser trabalhado no 5º ano do ensino fundamental. Em um dado momento, um aluno questiona:
     "Professora, por que os índios têm um dia especial para eles?"
    Fiquei surpresa com a pergunta. Todos os anos se fala sobre os índios, seus costumes, hábitos e cultura. As crianças, com certeza já trabalharam sobre os indígenas antes, desde a Educação Infantil, não há mais nada de novo a se falar. Será? Por isso a pergunta daquele menino me surpreendeu e me fez pensar em um jeito diferente de abordar o assunto.
     Comecei com a indagação sobre o que eles sabiam sobre os índios (certezas provisórias), em seguida, quais eram as dúvidas sobre o assunto, o que gostariam de conhecer e aos poucos foi surgindo um Projeto de Ação. Coloquei tudo no papel, procurei em sites, livros, planejei os detalhes. Conversei com a supervisora da escola, com a colega da outra turma de 5º ano, que não demostrou interesse, e coloquei mãos à obra. 
    As crianças conheceram os instrumentos musicais feitos pelos índios, a cerâmica, as armas... e puderam confeccionar exemplares que foram expostos no dia da família. Foi um trabalho bem interessante, pena que cometi um erro bem comum entre nós, professores, não registrei os momentos com fotos. Mas, fica  a dica para os próximos trabalhos.
          Abaixo o mapa conceitual que elaboramos.









sábado, 13 de maio de 2017



      Oi pessoal,

       Aqui estou eu, de novo, com meus questionamentos. Véspera do dia das mães, festa da Família na escola da minha filha (uma escola estadual bem conceituada na zona sul da capital) e a decepção no rosto de uma menina de 10 anos ao sair da apresentação dedicada a mim.
         Durante os últimos 10 dias ouvi minha filha tagarelar sobre a tal apresentação da turma. Interessada o suficiente para não desagradar minha filha, mas sem grandes expetativas, fiz de conta que não sabia qual seria a música escolhida pelas professoras para homenagear a família no sábado. Mas, conhecendo minhas ex-colegas de escola, não esperava muita coisa além de crianças em semi-circulo, gesticulando ao som de uma música. 
           Realmente fiquei emocionada com a apresentação, não pela coreografia, ou pela música, que realmente era bonita, mas pelo rostinho a minha frente, querendo me agradar e principalmente por ver sua expressão ao término em quanto me dizia:
          -" Mãe, a nossa turma foi a mais parada, a gente parecia um bando de múmias. A professora disse que o nosso tempo de apresentação já passou, isso é coisa para os pequeninhos!"
          Como mãe fiquei triste e como professora, indignada. Uma turma de 5º ano, com crianças entre 9 e 10 anos, não pode mais participar de uma apresentação bem elaborada e animada? E ainda tem professor que reclama do desânimo e da falta de interesse dos alunos!
            Analisando toda a situação, entendo que muitas de nós estejamos desmotivadas, porém acredito que se estamos em sala de aula, somos obrigadas a dar nosso melhor. Não sou hipócrita, sei que nem todo o dia sai como o planejado, muitas vezes tentamos, mas só conseguimos fazer o "feijão com arroz", mas daí a fazer disso o prato principal todos os dias, tem uma grande diferença. Penso nas crianças, que como minha filha, queriam muito mais. Queriam participar efetivamente da elaboração da festa e foram podadas. Acredito que como em apresentações artísticas, as crianças devam participar ativamente das aulas: sugerindo, perguntando, tentando, aprendendo. Aulas sem entusiasmo, sem divertimento, sem emoção devem ficar lá atrás, num passado não muito distante, mas longe o suficiente para não servir de exemplo.
               Que possamos refletir sobre o que queremos e quais as oportunidades estamos oferecendo  aos nossos alunos.
                 A todas as mães, independente da cor, opção sexual, de útero ou coração, pobre ou rica... desejo um feliz domingo e bem mais emocionante do que muitas apresentações de escola. 


domingo, 7 de maio de 2017



Oi pessoal,

          Então, só agora voltando aos trabalhos. Na verdade já retornamos com as aulas 06 de março (no estado) e quase um mês depois na faculdade. E "pra" ser bem sincera, já estou cansada. Infelizmente, conversando com colegas da escola, e também com as da faculdade, pareceu-me que todas estamos cansadas. Mas como cansadas, se iniciamos a trabalhar agora? A verdade é que entra ano e sai ano é sempre a mesma coisa: cobranças, maus salários, alunos desinteressados, famílias ausentes... Fiquei pensando em algo que disseram na escola: " Eu finjo que ensino e eles fingem que aprendem." Foi um soco no meu estômago! Como assim?
          Refleti sobre o texto de Isabel Alarcão,  "Ser professor reflexivo", que fala justamente sobre o quanto é importante o professor refletir sobre a sua prática, entender quais os motivos o levam a ser  docente. Sempre questiono muito a minha a profissão, afinal o que é ser professor?  As nomenclaturas mudam: educador, docente, mestre, ..., mas acredito que a razão pela qual escolhemos estar em sala de aula é interagir com pessoas que querem crescer, aprender. Queremos ver o crescimento intelectual e social daqueles que passam boa parte do seu dia conosco, querendo atenção e auxílio para descobrir um mundo novo através da educação. E para que alcancem o objetivo de tornarem-se cidadãos e protagonistas da sua história é necessário que o professor  incentive o questionamento, a expressão de ideias,  a opinião e a crítica sobre o trabalho planejado e realizado com a turma.
             E você colega, está preparado para refletir sobre a sua prática e aceitar críticas. Ou prefere, como tantos outros "fingir que ensina"?